Eu e as Medicinas da Floresta


Bora fofocar com o diário? Tenho zeroooooooooo pretensão de que isso seja lido por mais alguém (embora eu veja as visualizações subindo). Preciso registrar porque minha memória não anda das melhores e eu vou perdendo minhas experiências pelo caminho.

Então vamos de retrospectiva e de novos escritos! 

Em fevereiro deste ano fui convidada a participar de uma cerimônia com uma das medicina da floresta. Ainda não entendia muito bem o que eram essas "medicinas" e, como excelente curiosa, resolvi pesquisar muito antes de aceitar. Estamos falando dos cogumelos sagrados.

Ainda com medo, fui. Eu me entreguei e foi a melhor decisão que eu poderia ter tomado. 
Desse dia em diante passei a consagrar sozinha essa mesma medicina, com respeito e responsabilidade, que é tão alegre e reflexiva.
Existe muita sinergia e conexão entre nós e, arrisco dizer, um futuro chamado. Quem pode se tornar guardião de algo e quando isso acontece? Acho que essa resposta virá com o tempo, mas sinto isso a respeito dessa medicina.

Mais para frente o cachimbo me escolheu, me acolheu, me defumou, me limpou e me amou. Como é gostoso descobrir que em todas as coisas possuem espírito. Os ensinamentos do pai tabaco são muito profundos e harmoniosos.

Alguns meses depois foi a vez da mama cacao. Uma medicina sutil, mas muito necessária. Quantas coisas guardamos em nosso pequenino coração? Quantas coisas cabem nele? A intenção é o que move tudo e vai além das manifestações físicas. Essa medicina é cheia de energia e nós nos amamos.

Até que, de repente, eu e o rapé nos escolhemos. Demorei a me decidir, mas pude ter certeza de que somos um para o outro. Quanta clareza. Quanta verdade. Quanta gratidão.

E por fim, não exatamente uma medicina, mas um ritual indígena (muito sagrado para o povo Huni Kuin) se apresentou para mim.
Hãpaya é o batismo da pimenta, conduzido por um pajé ou cacique com autorização para isso, que -originalmente- é realizado para aprimorar a voz, a memória e a inteligência. Utiliza-se o pássaro Txana e um macerado de pimenta malagueta.
Minhas intenções, além das óbvias -que são os rezos e cantos dessa egrégora maravilhosa-, foram muito além. Busquei uma cura que há muito tempo deixei de lado. 

Que o Grande Espírito possa me auxiliar nessa caminhada e aquilo que eu busco busque por mim também.

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